Psicóloga em São Caetano do Sul Fabiana Alonso
Antes de tudo, devemos esclarecer que a adolescência é um caminho complicado e pouco confortável a qualquer pessoa. Para alguns, é a desculpa que muitas pessoas têm para se mostrarem insuportáveis e rebeldes. Entretanto, por trás desse jovem não haveria pais confusos? Sem o entendimento deles, não estaria esse jovem pedindo por auxílio?
Quando falamos em psicoterapia aos jovens indicamos um caminho onde estes terão um alicerce para seguirem. A terapia funciona como um ponto de descanso às suas queixas, dores e temores, trazendo um alívio àquele momento. A partir dela, é possível tomar fôlego e seguir adiante até a próxima etapa de crescimento.
Um dos primeiros pilares para ajudá-lo é fazer com que aceitem a existência de um problema em comunicação. Embora muitos anseiem pela solução, procuram negar a si e aos outros que não sabem como chegar até ela. Há uma divergência de pontos entre os pais e filhos que corrobora a esse fracasso inicial. Por não se dispor a ouvir o jovem, a tensão só aumenta.
Mesmo que acreditem terem ido longe demais, sempre pensem que há tempo para mudanças. Aos pais, lembrar que os filhos são o nosso amor condensado em vida. Aos jovens, mostrar que ele sempre terá um seio ao qual recorrer. A terapia ajuda a fazer uma conciliação, mesmo que essa não seja dita de forma tão aberta.
Além disso, a terapia visa mostrar os desafios que o adolescente enfrentará nessa fase da vida. De forma rude até, é como se isso fosse uma vacina ao mundo social. Ela vai expor o que pode e irá atingi-lo, mas este se sairá melhor diante desses estímulos. Isso porque se cria uma estrutura melhor em sua mente e nas suas emoções que protegem contra abalos.
Quando o adolescente conhece melhor essa fase de transição, responderá bem melhor a ela. Isso se apresentará como um momento bastante enriquecedor em sua vida. Ele vai entender aos poucos que pode tirar lições que acrescentarão e muito em sua visão. Ainda que não descubra de início, está se ajudando a formar um adulto consciente e saudável.
A psicoterapia traz à tona o valor de cometer erros controlados e que agreguem em sua vida. Por exemplo, isso permitirá que faça mais escolhas sensatas quando tiver de tomar uma decisão. Ele poderá experimentar alguns tópicos e entender melhor que tudo na vida tem consequências.
Ademais, a independência também é trabalhada, principalmente aos pais. Os adultos, embora não sejam o foco inicial da terapia, entendem que precisam deixar que seu filho caminhe. Se não o fizer, como o jovem amadurecerá sem qualquer experiência real? Mesmo que pareça doloroso, os pais estão ajudando no crescimento do filho.
Ao jovem, o que pode fazer é estar aberto ao diálogo e conselhos, observando vários pontos de vista além do seu. Com isso, ele mesmo precisa descobrir como trilhar a sua própria rota. Para eventuais desvios, os pais são condicionados a ficarem por perto. Mas no fim, o jovem percebe que possuir independência pode permitir dar saltos e descobertas.
A terapia direcionada aos pais indica ensinar o poder de decisão e transmitir escolha nesse caminho. Infelizmente, muitos pais ainda tentam conduzir as ações dos filhos. Como consequência, os jovens se mostram arredios e desafiantes, ignorando o seu pedido ou ordem. O poder da decisão evita qualquer tipo de transtorno na vida da família.
De forma mais fluida e um pouco indireta, a psicoterapia ensina alguns conceitos ao jovem. O intuito é que ele agregue isso em sua vida, permitindo um maior encaixe em suas escolhas e consequências. Graças a isso, poderá evitar o sentimento de solidão e incompreensão tão temidos e odiados nessa fase.
Por exemplo, a hiper-racionalidade é incluída. Nada mais é do que a dinâmica equilibrada entre o risco que se percebe e suas consequências. Mesmo que seja natural nessa fase, o adolescente já começa assimilar e calcular riscos quando iniciar determinado comportamento.
O atendimento psicoterápico visa esclarecer ao adolescente que sua mente em formação pode afetar suas escolhas. Sabendo disso, o jovem tem mais liberdade a ponderar e fazer as coisas com mais prudência. É ensinado a eles como ficarem mais inteligentes ao acompanhar o desenvolvimento do seu próprio cérebro.
Por conta disso, se sentem mais encorajados a construir limites para sua consciência fervorosa, evitando machucados físicos e mentais. As ameaças que estão encontrando nessa fase da vida são mais restritas e enfrentadas de uma maneira melhor, de modo que eles têm consciência delas.
Por fim, a terapia defende que o jovem precisa ser ele mesmo na família, sem vestir imagens para ser amado. Isso porque ficará melhor para conhecê-lo dentro de qualquer ambiente. A autenticidade transmite mensagens que podem ser vistas, sentidas e analisadas. Além do mais, todos nós queremos liberdade para ser e escolher o que queremos.
Em uma fase onde o indivíduo lida com os primeiros sinais da vida adulta é necessária uma atenção melhor ao evento. Ele precisa ser guiado, orientado, a fim que entenda esse processo com maior amplitude. Muitas coisas na sua vida parecerão confusas e ele entrará em contato com o desconhecido. É aí que a psicoterapia pode entrar e ajudar ele.
Por meio dela, o jovem pode obter algumas respostas que ele mesmo não encontra sozinho. Não estamos falando em incapacidades, mas, sim, descobertas do mundo, dos outros e, principalmente, de si mesmo. A terapia dá a ele a capacidade de criar luz, figurativamente falando. Com ela, pode caminhar mais tranquilo na escuridão de sua mente.
Os pais também figuram como peça fundamental dessa construção no adolescente. Com a psicoterapia, suas atitudes passam a ficar mais polidas e fluidas. Ao invés de tentarem controlar o jovem, passam a entender suas motivações e transformações. Para quem costuma fazer cabo de guerra com os filhos, esse é um passo importante a ser construindo.
A importância da psicoterapia na adolescência é tamanha que podemos comparar dois adolescentes, onde um a fez e o outro não. Qual a diferença à primeira vista? Fisicamente, quase nenhuma, mas que tal olharmos ao interior deles?
Imagine que esses dois jovens são como casas em construção. A psicoterapia consegue determinar onde haverá mais gastos, o que fazer com algumas infiltrações e como fechar corretamente algumas rachaduras. Esse lar se torna agradável de morar, durando anos e anos de pé. Já com o outro jovem é diferente.
Essa casa não estipula gastos, as infiltrações perduram por anos e as rachaduras só crescem. Ainda pode morar nela, mas a todo momento há um risco dessa casa cair. Apesar da analogia acima ser boba, é exatamente assim que funcionam os jovens com ou sem psicoterapia. Quem não passa por essa forma acaba declinando com o tempo.
Tente introduzir a psicoterapia na vida do seu filho como uma opção positiva ao seu crescimento. Mostre a ele o que tem a ganhar caso aceite participar das sessões. Ressalte que não há nada de errado com ele, mas indique o quanto isso pode ser agregador em sua vida.
Como forma de incentivo, mostre que também está disposto a participar. Usando-se como exemplo, defenda o quanto podem melhorar a criar uma relação mais produtiva. Além de serem pais e filho, também podem ser amigos. Para momentos transformadores, a ajuda de um amigo é vital.
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