Imagine que você está caminhando em uma casa onde há escadas no teto. A mesa e o sofá estão acomodados em uma parede, juntamente com a tv. A água que sai pela torneira da cozinha desafia a gravidade e vai em direção ao teto e ao olhar pela janela, o céu está de cabeça para baixo. Parece absurdo, não é mesmo?

A analogia acima se refere ao modo como a adolescência é sentida por boa parte dos jovens. Com as mudanças que está passando, o ambiente físico e social em que vivia se apresenta de uma nova forma. Para alguns, existe um vazio quase que incompreensível. A outros, uma aparente falta de espaço que pode sufocar.

Percebe que tudo se trata de perspectiva? O ambiente e a sociedade, até certo ponto, permanecem iguais. O que muda, de fato, é forma como o adolescente se enxerga diante deles. A visão que constrói a partir de determinadas experiências é o que o motiva a reagir de maneira tão peculiar. A confusão, embora desagrade, é parte inerente desse processo de crescimento.

O que a psicoterapia faz

O que a psicoterapia faz é condensar toda a sua atenção em um ponto por vez. Ao em vez de captar muitas impressões e interpretá-las ao mesmo tempo, o jovem se capacita a subir um degrau individualmente. Isso faz com que lide adequadamente com cada alteração que percebe em sua nova vida, entendendo suas motivações e consequências.

O psicólogo se encarregará de trazer alívio às dificuldades que estão sendo vividas pelo jovem e, consequentemente, à família. Em geral, dá para saber o que atrapalha em seu desenvolvimento, mas não dá para encontrar ferramentas adequadas para lidar com o problema.

Em que ponto entra a psicoterapia

É nesse ponto que a psicoterapia entra, auxiliando o paciente a pensar e refletir para que entenda melhor o atual panorama de sua vida. O foco se torna uma constante em seu crescimento na busca por respostas. Em meio à confusão, sentir alívio de se estar devidamente guiado ocasiona na melhor condução de si sobre o novo mundo à espera.

É isso que fará com que se desenvolva adequadamente no tempo esperado e sem amarras. Muitos adolescentes levam um comportamento impulsivo pelo resto da vida porque se mostra como uma saída fácil. Ao não se permitir ser moldado e ter seu padrão de comportamento construído, um jovem acaba retardando um dos pilares primordiais à fase adulta: o controle.

A ideia aqui não é mostrar que tudo estará à palma da mão, nada disso. O controle se assume na forma de que o jovem possa compreender as consequências de suas ações diante de alguns estímulos. Ele passa a lidar melhor com a carga emotiva que alcança e projeta adequadamente suas frustrações ou desejo sobre isso.

E sobre as questões emocionais?

Quanto à parte emocional, a psicoterapia o ajuda a construir uma represa em sua mente, por assim dizer. Toda sua parte emocional é liberada aos poucos assim que cada resposta for alcançada. Com isso, uma fluidez maior e natural de seus sentimentos passa a vigorar naquele ambiente. O adolescente se mostra mais livre e confortável consigo.

Esse processo é vital para evitar que o jovem não leve questões mal resolvidas para a próxima etapa de desenvolvimento. Isso é bastante comum de acontecer, devido à reclusão de temáticas que poderiam ser trabalhadas. Como consequência, se dá origem a um adulto fragilizado psiquicamente. Ainda é possível obter retorno nessa fase, embora seja mais trabalhoso.

A importância da psicoterapia na adolescência

A importância da psicoterapia na adolescência é fundamental porque essa é uma fase de extrema flexibilidade na moldagem do seu ser. O jovem ainda está em processo de formação e fica mais fácil se sujeitar às mudanças. Isso abre espaço para a inclusão de abordagens positivas em sua vida. Encaixar as peças nos lugares corretos e no tempo adequado conduz ao equilíbrio.

Qual o papel dos pais?

Os pais também ganham um importante papel na terapia, seja presencial ou não. Note que uma família bem estruturada consegue desenvolver e criar filhos no mesmo caminho. Quando o jovem mostra sinais avessos, pode ser um indicativo que aquele seio familiar não está tão bem assim.

A relação entre pais e filhos também é consultada, visando minimizar qualquer indicativo de problemas no comportamento do jovem. O repertório dito pelos pais e reproduzido pela fala dos filhos é estudado pelo terapeuta que encontra pontos em específico onde o problema está se criando.

Por conta disso, ele consegue especificar as demandas que o jovem precisa naquele momento. Graças a isso, dá para caracterizar as dificuldades enfrentadas pelo adolescente. Suas habilidades são condicionadas a um maior e melhor controle de reações. A sua sensibilidade a tudo é direcionada melhor e protegida, visando sanar qualquer desconforto emotivo.

Conclusão

Com isso, o adolescente passa a não ser mais um estranho para ele mesmo e para sua família. Essa, por sua vez, consegue se aproximar adequadamente sem provocar a sensação de invasão. Embora ele experimente a adolescência, o crescimento dela pode ser melhor sentido e aproveitado por todos.

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